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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

14 de Julho (Quinta-feira) – 4° Dia: ABA Aflitos, Pontos Culturais do Recife, ABA Boa Viagem


Despertamos no horário de sempre, nos arrumamos, tomamos um café da manhã e seguimos em direção ABA Aflitos - que fica na região norte de Recife (lado oposto da cidade), o que fez com que levássemos alguns minutos a mais para chegarmos. Quando o ônibus estacionou, ficamos impressionados com o tamanho da unidade, que é a sede da ABA - referência em ensino de idiomas em Recife.

Eu, em frente à ABA - Unidade Aflitos
Immersioners seguem para o prédio da ABA.
Seguimos adiante e, guiados pela Danyelle Marina (ABA & EducationUSA Adviser), conhecemos algumas partes da ABA em um rápido passeio. Ela nos explicava mais sobre cada setor pelo qual passávamos. 

Entrada da ABA - Unidade Aflitos
Recepção
Biblioteca; o acervo de livros era enorme e composto por obras tanto em inglês como em português e outros idiomas, abrangendo desde assuntos gramaticais à literatura juvenil, mundial e clássica.

Eu em meio ao acervo da ABA
Ala infantil
Entrada da Sala de Conferência
Chegamos então à sala de conferência que, em alguns pontos, era decorada com placas de destinos internacionais que pendiam do teto; na parede dos fundos havia uma frase que dizia:


"You can dream, create, design and build the most wonderful place in the world... But it requires people to make the dream reality!"
Walt Disney


"Você pode sonhar, criar, projetar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo... Mas requer-se pessoas para fazer o sonho realidade!" 
Walt Disney


Parede ao fundo da sala com a frase de W. Disney.
      Aproximamos as cadeiras formando um meio círculo para que todos pudessem visualizar bem a apresentação. Em poucos minutos, teríamos a primeira aula do dia com a Falina Enriquez, PhD Candidate in Anthropology - University of Chicago, sobre música e cultura em ambos países. Ela estava no Brasil para realizar uma pesquisa através da Comissão Fulbright.
         Ao longo da aula, Falina nos contou sobre similaridades musicais entre o sul norte-americano e o nordeste brasileiro, ressaltando fatores como singularidade cultural dessas regiões em relação às demais de seus países. Os immersioners participaram bastante contribuindo com exemplos de músicas e ritmos típicos de seus estados de origem. Ficamos cientes que a singularidade musical nordestina atrai a atenção de inúmeros estudiosos mundo a fora. O sul norte-americano, devido seu processo de desenvolvimento, também tem forte assinatura cultural o que fez com que seu ambiente musical fosse influenciado. O Blues, por exemplo, é um ritmo triste, melancólico, que iniciou sendo cantado pelos que chegavam na nova terra e sentiam saudades de casa; músicas como canções como a Asa Branca que fazem referência à saudade do nordestino de sua terra natal quando muitas vezes tinha de se mudar para o sul. E esse foi somente um dos diversos exemplos que tivemos. Escutamos algumas músicas típicas norte-americanas e brasileiras, através das quais pudemos comprovar o que estava sendo explicado. 


Falina Enriquez apresenta algumas singularidades do nordeste brasileiro que contribuíram para a sua produção musical. 
         Em seguida, tivemos algumas dinâmicas musicais com a Christina Pope (Fulbright ETA) e o Ellis Ballard (Oberlin College Graduate).  Recebemos algumas cópias de partituras das canções. Primeiro, fomos apresentados aos símbolos musicais na partitura e treinamos a escala musical ascendente e descendente. Depois, aprendemos a cantar uma canção chamada Yankee Doodle. Recebemos cópias também da canção Amazing Grace que ouvimos e cantamos em seguida.

Início da aula com a Christina Pope e o Ellis Ballard.
Aquecimento musical.
Partitura que recebemos.
Terminada esta parte, nos dividimos em grupos para a próxima dinâmica, para a qual recebemos cópias da canção Go, Tell It On The Mountain com algumas partes sublinhadas. Iríamos modificar essas partes, dar um novo enredo à canção e apresentá-la após o coffebreak. Embora não sido muito alterada, a versão do grupo em que fiquei incluía alguns pontos turísticos de Recife. Ensaiamos bastante e ao final não conseguíamos mais parar de cantar.



Tivemos então o coffebreak, com uma mesa repleta de salgados, refrigerantes, sucos, etc., mas foquei para balancear o tempo e aproveitá-lo ao máximo para interagir com todos. 


Diana(RN), eu(RN) e Bia(RN).
Eu, Christina Pope (Fulbright ETA), Falina Enriquez (University of Chicago & Fulbright Researcher) e Ellis Ballard (Oregon College).
Retornamos do coffebreak e então teve início a aula sobre cozinha americana, com a Cecília Coelho (ABA) e a Heidi Arola (Consulado). Aprendemos sobre os aspectos culturais que influenciaram a culinária dos Estados Unidos, sobre as diferenças entre pratos e preferências regionais, bem como sobre o que realmente seria a culinária norte-americana. 


Aula de culinária; um pouco mais de cultura.

Logo após a teoria, veio a prática. Seguimos para a cozinha da ABA. Colocaríamos a mão na massa, literalmente. Recebemos uma lista de utensílios geralmente utilizados na cozinha, além das 3 receitas que iríamos preparar: tacos, burritos e cookies (clique e seja direcionado para a receita). Fomos divididos em 3 times, um para cada receita, e cada time foi subdividido em pequenos grupos de acordo com as tarefas. Sob orientação constante da Heidi Arola, da Cecília e com ajuda da Carmita, começamos a cozinhar.


Uma das receitas que nos foram entregues.
Na cozinha da ABA, preparando o almoço.
Vídeo de English Immersioners na aula de culinária

              Quando o almoço estava pronto, colocamos as porções dispostas sobre uma mesa, pois seríamos nós quem montaríamos os nossos próprios burritos e tacos. A Heidi Arola nos  deu algumas dicas, demonstrando como geralmente se monta esses pratos no estilo norte-americano.

Porções de alimentos com as quais montamos o nosso almoço.
Heidi Arola demonstra como montar burritos e tacos.
                 Formamos então uma fila e começamos a nos servir e, de sobremesa, tivemos cookies. Quando terminamos o almoço, ajudamos a recolher todo o material e então fomos esperar na recepção até que todos estivessem prontos.

Eu (RN), Ana Paloma (MA) e Cassiano (SE) após o almoço, aguardando para seguir à Antiga Recife.
Embarcamos no ônibus e seguimos rumo à Antiga Recife, parte da ilha onde a cidade nasceu. Ainda no ônibus, o Edvaldo nos contou mais sobre a cidade e sua ligação com a história. (Fiz um vídeo, mas não estou conseguindo postá-lo; vou tentar enviá-lo pelo Youtube e atualizar a postagem o mais rápido possível.)
Nossa primeira parada foi na Rua do Bom Jesus, antiga Rua dos Judeus, onde fica o Museu Sinagoga Kahal Zur Israel (que traduzido soaria como Congregação Rochedo de Israel), a primeira sinagoga das Américas . 



Placa na fachada da Sinagoga indicando a antiga Rua dos Judeus, atual Rua do Bom Jesus. 

Natan (PI), eu (RN), Rafael (BA), Cassiano (SE) e Cláudio (BA) na plaquinha explicativa que fica na frente da Sinagoga. (clique na imagem para ampliar)
Conhecemos um pouco mais sobre a história dos judeus no Brasil. Através das explanações, ficamos sabendo que eles chegaram aqui devido a inquisição na Europa, através da qual foram convertidos forçadamente em novos-cristãos. Apesar disso, continuavam a praticar os costumes judaicos e honrar a tradição em segredo. Trazidos para o Brasil, a fim de não serem vitimas do Tribunal do Santo Ofício, muitos tiveram de mudar seus nomes, se mudar para o interior ou exterior, o que mais tarde culminaria em sua fuga para a América. Por isso, é comum que muitas famílias tenham ascendência judaica e não saibam disso. 
Sob os nossos pés, estava o Mikvê, utilizado para os banhos de purificação espiritual e de renovação dos judeus. Foi durante uma reforma no antigo prédio onde hoje é o Centro Cultural Judaico que descobriu-se o Bor, poço que alimenta o Mikvê; deu-se assim início a escavações que vieram culminar na descoberta da existência de uma antiga Sinagoga no local - a primeira Sinagoga das Américas, como se viria a descobrir. 
Tivemos o prazer de conhecer a Tânia Kauffman, uma pessoa super amável. Presidente do Arquivo Histórico Judaico de Pernambuco e Coordenadora do Museu Sinagoga Kahal Zur Israel, ela nos explicou mais sobre a cultura judaica, seus rituais, história e tradições. Também nos falou sobre fatos cotidianos podiam indicar se nossa família tem, por exemplo, ascendência judaica. 
Panorâmica da sala de orações da Sinagoga. (clique na imagem para ampliar)
Replica de uma sala de orações, este ambiente foi reconstruído recentemente. Mesmo assim, o é muro original, datando de cerca de 500 anos atrás. Ele, em especial, atrai a atenção de muitos visitantes que costumam deixar orações, desejos, pedidos em papéis entre os antigo tijolos. Lembra, por isso, o Muro das Lamentações em Israel.
Além disso, cada peça de mobília nesta sala remetia a um ritual judaico que foi muito bem explicado pela Tânia Kauffman.
Immersioners, Eduarda Muniz e Marina (ABA) [esquerda], Edvaldo Amorim e Carmita Galvão (coordenadores) [direita] e Tânia Kauffman (centro).
Testemunhar a preservação de tradições culturais milenares, o carinho e respeito com que cada um na Sinagoga tinha por elas, me fez concluir que preceitos podem diferir de pessoa para pessoa, cultura para cultura... Mas depende de nós aprendermos a manter os nossos próprios preceitos e saber respeitar o do próximo.

Nos despedimos da Sinagoga e seguimos para a Praça do Marco Zero de Recife, um dos pontos turísticos mais conhecidos em Recife. De frente à ela, se erguia, a 32 metros do chão, a Torre de Cristal que indicava a localização da Oficina de Esculturas do Francisco Brennand.



Marco Zero que aponta o início da cidade de Recife.

Ao fundo, a Torre de Cristal e a Oficina de Esculturas do Francisco Brennand.





Em seguida, fomos rumo à Casa da Cultura. Falei sobre ela em um dos primeiros posts sobre Recife, mas confesso que fiquei surpresa quando soube que iria conhecê-la pessoalmente. 

Eu, em uma das alas da Casa da Cultura.
Corredor de lojas em uma das Alas na Casa da Cultura, ainda com a decoração das festividades juninas, e camisetas de Recife à venda em uma das lojas onde comprei lembrancinhas para os meus familiares. Antes de ser um centro cultural, o prédio da Casa da Cultura foi uma prisão nos tempos da ditadura. Nos espaços hoje utilizados como lojas de souvenires, eram celas. De todas, uma delas foi conservada até hoje.
Formei uma dupla com a Alice(AL) e saí às compras. Percorremos apenas uma ala e encontramos as lembrancinhas que procurávamos. Nas fotos acima, eu e a Alice (AL) em uma loja de camisetas turísticas e na outra, eu em frente à uma das entradas.

             Com lembrancinhas em mãos, embarcamos no ônibus e retornamos para o hotel. Nos arrumamos e depois nos encontramos no lobby. Seguiríamos em direção à ABA - Boa Viagem onde haveria a Pizza Party!
          Ao chegarmos no auditório da ABA, fomos recebidos pelos estudantes da Brigham Young University quem tínhamos encontrado na Terça-feira (12/07) na Escola Americana. O ambiente estava totalmente diferente do que lembrávamos, com bastante espaço, balões coloridos e muita música. Durante a noite, cantamos karaokê, dançamos e ensinamos algumas danças tipicas brasileiras, conversamos muito e nos divertimos bastante. Estávamos todos cantando quando, de repente: Pizzaaaa!!!!

Karaokê. =)
Immersioners e alunos da BYU. 
            Os estudantes tiveram que ir um pouco mais cedo, pois tinham tido um dia tão intenso quanto os immersioners. Nós ficamos mais um pouco e tivemos uma dinâmica musical. Formamos grupos e então assistimos um vídeo com algumas informações sobre bandas famosas; ao final, foram feitas algumas questões e o objetivo era respondê-las o mais rápido e corretamente possível. E, antes de sairmos, cantamos todos juntos a canção Wonderwall - Coldplay. Foi quando começamos a perceber que o EIP 2011 já estava acabando e que esses momentos ficariam para sempre em nossas memórias.


Immersioners 2011, coordenadores e ABA staff após a pizza party
       Voltamos para o hotel e, depois de descansarmos um pouco, nos reunimos e ficamos conversando. Aproveitamos esse momento e criamos a página do Facebook e do Youtube do EIP - Recife 2011, bem como trocamos fotos e emails.
         Retornei um pouco mais cedo para o meu quarto. Deixei minhas malas prontas, revisei a minha proposta de apresentação sobre o Action Plan que faria amanhã pela manhã, o que me fez ficar acordada um pouco mais, e então dormi.

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